DIAS:23 a 25/02/2020
PERCURSOS:Santa Cruz de La Sierra- La paz Bolivia
KM RODADOS:1510 km
No primeiro dia do curto trecho Boliviano, acordei dia 24/2 com a expectativa de passar por algum perrengue por estar entrando na Bolivia, com tantas recomendações que me deram. E passei mesmo. Depois de ter dormido muito pouco, pelo barulho da noite de carnaval em Corumbá , logo no início da viagem, 20 km de distância, na fronteira, peguei uma fila enorme de imigração e um calor insuportável dentro dos meus 10 kg de equipamento, e achando que iria ser fácil, ainda teria que fazer uma tal declaração jurada de propriedade da minha moto, na Aduana Boliviana. Isto como muitas idas e vindas, tirando fotocópias, pagando taxas e espera de horas numa bitaca , a tal que juramenta, tipo um cartório no Brasil, e a calma do Boliviano é impressionante ” irritante”, depois de muitos erros, busca de números que eu nem sabia onde tirar, me liberaram, mas aí se foram 3 horas. A mensagem que fica é: saindo de Corumbá para Bolívia tenha paciência , porque a tal declaração jurada é importantíssima e sem ela pode ficar sem a moto numa fiscalização, pois o pais recebe muitos veículos roubados do Brasil. Mas o perrengue continua, depois que sai, acelerando bastante para tirar a diferença do atraso e tomando um ar fresco, na perigosa estrada cheia de animais atravessando onde, num determinado momento que fui mexer no suporte do celular que me acompanha com o waze , ele se desprendeu da moto e voou longe, lá se foram mais uns 20 minutos procurando a bolsa na estrada, e olhe que foi a segunda vez que isto acontece e desta vez tive mais sorte que achei a bolsa, só que o celular ..... virou mil e o suporte estragou . Mas tinha que continuar a viagem assim mesmo para cumprir os 670 km do dia sem foto e filmes, só com o gps ligado. Sabia que tudo poderia acontecer neste dia, mas estava indo até bem. Faltando uns 75 km de Santa Cruz, num lugar chamado Cotoca, uma barreira policial. O que já estava esperando e não tinha acontecido. O policial mandou que descesse da moto e me fazendo aquelas perguntas básicas, e com firmeza e rapidez os respondi, quando um deles deu um sinal para o outro para deixar-me ir antes de tirar as luvas para entregar-lhe os documentos. Ali iria ter..... Mas no final tudo deu certo me hospedei num fantástico hotel LA QUINTA e conversando com o recepcionista, pedindo o endereço de uma loja para compra um novo telefone( prejuízo) foi quando me disse que sua irmã estaria vendendo um modelo mais antigo, mas ainda superior ao que eu usava, e deu certo. Já estou de telefone novo, para atuar no caminho, e vamos para etapa Boliviana final e pesada, que será subir a La Paz a 840 km. Como disse foi pesada, mas quem gosta de aventura e de off-road como eu, foi divertido. Vou resumir o trecho pois não há muita coisa a falar da Bolívia e se eu disser aqui o que penso, posso ter problemas. Pois Bem saindo de Santa Cruz de La Sierra, bem animado, tomei um comprimidinho que diziam resolver o problema da altitude e tal... e comecei a subir e subir e subir. Estradas sinuosas que não dava para passar de 5ª marcha e 60 km /h. Durante os primeiros 300 km muitos desmoronamentos e caminhões também. Depois passei por trechos com desvios de ripio, muito ripio,( aí eu gostei) lamaçal, partes treitas com muita agua e ribanceira, e mais caminhões, que me obrigava o tempo todo a fazer ultrapassagens perigosas, depois continua, subindo, vem frio, vem nuvem( estava acima) depois vem calor e mais subida. Depois de muito cansaço quando tentar achar um posto em Cochabamba que aceite cartão, não achará! Um detalhe importante para que ler até aqui, seria sugestão que daria para quem quiser chegar ao Peru, saindo de Santa Cruz, escolham outra data diferente do carnaval, pois os nativos brincam de jogar agua, agua de banheiro e bexigas de agua. Muito sem graça. Pois é, em Santa Cruz, no centro, tomei uma “ bexigada” , balancei a cabeça negativamente, e cheguei encharcado no hotel, e isto continua na estrada, os indinhos jogam também. Tomei uma no peito que está doendo até hoje. “que indinhos bom de mira”, mas o final foi feliz, depois de pilotar 16 hs seguidas para atravessar as cordilheiras, e comendo 3 barrinhas de cereais. Só percebi que estava alto quando , já a noite um policial de pedágio, perguntou se eu estaria bem. A moto andava sozinha e eu quase caindo. Era vertigem, nada que um chá de coca não resolvesse.
Até O Peru, e adeus Bolívia!